Papais do mundo animal: conheça curiosidades da figura paterna e seus filhotes

A paternidade desempenha um papel vital no mundo animal, desafiando a concepção tradicional de cuidados parentais. Ao contrário da visão centrada na mãe, a presença e investimento ativo dos pais são essenciais para a sobrevivência e o sucesso reprodutivo da prole em muitas espécies.

Através do compartilhamento de responsabilidades na proteção, alimentação e ensino dos filhotes, os papais do mundo animal contribuem para o desenvolvimento saudável e a adaptação das crias ao ambiente. Além disso, a paternidade pode servir como mecanismo evolutivo para garantir a variabilidade genética, bem como para fortalecer os laços sociais e a coesão das comunidades animais.

Vamos conhecer algumas curiosidades de papais no mundo animal e seu relacionamento com os filhotes?

Cavalo marinho

A principal curiosidade do papai cavalo marinho é que é ele quem engravida. Isso mesmo, a fêmea deposita seus ovos na bolsa incubadora do macho, que carrega incubados por dezenas de dias.

Quando os filhotes são liberados, eles continuam a se proteger próximos ao corpo do papai sempre que percebem algum perigo, exemplo de instinto paternal.

Foto: unsplash

Peixe-palhaço

O macho da espécie é responsável por procurar um local para que as fêmeas depositem seus ovos. A partir disso, o papai se estabelece como vigia dos filhotes de peixe-palhaço, junto a anêmonas, protegendo os ovinhos dos predadores.

Cortiçol-de-namáqua

Essa ave costumeira do deserto da África do Sul possui um método de hidratação peculiar. O macho encharca suas penas da barriga em uma poça d’água e depois retorna ao ninho. Os papais de cortiçol-de-namáqua então acolhem os filhotes que se hidratam com a água acumulada em seu ventre.

Leão

A relação de paternidade entre filhotes e papais leões é menos reforçada no início de vida da espécie. Ao natural, é a mãe que assume esse papel, embora os papais estejam sempre presentes organizando brincadeiras.

Mas, quando os filhotes vão crescendo, é o papai leão que lidera o ensino à prole para uma tarefa extremamente importante: sobrevivência e proteção à família.

Foto: Zdeněk Macháček – Unsplash

Mico-leão-dourado

Nesse caso, os papais participam ativamente do cuidado dos filhotes, logo depois das suas primeiras semanas, carregando em suas costas.

Os descendentes são desse lugar protegido apenas para serem amamentados pela mamãe. Ah, e o papai também é o responsável por descascar frutas e alimentá-los, quando eles começam a ficar mais crescidinhos.

Gorila

Os machos dessa espécie possuem um grande instinto de liderança e extremamente fortes na proteção a fêmeas e filhotes. O gorila cuida dos seus filhos por mais ou menos 10 anos, tempo necessário para que eles deixem o grupo familiar para viver a sua vida.

Foto: pixabay

Cisne-pescoço-preto

O macho da espécie cisne-de-pescoço-preto é conhecido por estar próximo no momento do nascimento dos seus filhotinhos e, também durante o processo de criação dos mesmos. Apesar de a fêmea fazer a incubação, o macho está sempre por perto e é responsável por tomar conta de tudo quando a fêmea se ausenta para se alimentar.

Depois do nascimento os filhotinhos se escondem debaixo das asas do pai para se protegerem do frio e do perigo.

Pinguim

É o papai pinguim quem possui a tarefa de incubar e aquecer os ovos, enquanto a fêmea sai em busca de alimentos. Quando os filhotinhos nascem, os papeis se invertem, e a mamãe passa a cuidar dos animaizinhos, enquanto o macho sai para caçar e buscar alimentos.

Flamingo

A espécie dos flamingos é monogâmica durante toda a vida, assim papai e mamãe convivem sempre juntos. A tarefa de cuidar dos filhotes é compartilhada até a fase adulta do animal.

Peixe goby

Mas nem tudo é conto de fadas na relação filhote e papai no mundo animal. O peixe goby, em comportamento canibal, pode comer até um terço da própria ninhada.

Contudo, há uma explicação. Isso ocorre com uma parte dos ovos que, conforme o tamanho, poderiam levar muito tempo para eclodir, colocando em perigo toda a prole e deixando vulneráveis. Assim, os papais comem os ovinhos para proteger a família.

Foto: reprodução / internet

Urso pardo

Outro exemplo, de certo modo, assustador. O urso pardo, quando está com fome, é capaz de atacar os próprios filhotes para saciar seus instintos animais. Para essa espécie, a proteção do território é mais importante do que a relação familiar de pais e filhos.

A importância do cuidado parental e os elementos-chave

O zelo parenteral é uma expressão comportamental observada em certas espécies, desempenhando um papel fundamental na sobrevivência da descendência.

Naturalmente, essa conduta acarreta um significativo desembolso de energia e tempo, mas os esforços não são em vão quando se trata de assegurar a continuação da linhagem.

O que os progenitores efetivamente fazem é substancialmente ampliar as chances de sucesso de seus descendentes, muitas vezes sacrificando seu próprio bem-estar e existência.

Notavelmente, existem algumas categorias de animais que chegam até a dar a vida para preservar sua prole, ainda que essa ação não seja conduzida por uma consciência comparável à humana.

Apesar disso, os sexos não contribuem equitativamente para a preservação das espécies, sendo que, na maioria das espécies que adotam comportamento parental, a fêmea desempenha o papel preponderante.

Embora a preocupação dos genitores pela progênie seja compartilhada, dado que a descendência carrega a hereditariedade de ambos os sexos, existe uma tendência a minimizar o ônus necessário para essa manutenção.

No caso das fêmeas, é frequente que despendam energia durante a gestação ou para incubação de ovos, tornando valioso o investimento adicional em cuidados parentais.

Por contraste, os machos em geral gastam menos energia no ato reprodutivo, o que justifica a sua relativa menor dedicação aos cuidados com a prole.

Apesar disso, há exemplares machos que se destacam como excelentes pais no reino animal, exibindo um notável zelo pelos filhotes.

Vale a pena ressaltar que o cuidado parental é condicionado por três elementos-chave:

  • O número de descendentes que os progenitores têm ao longo de suas vidas;
  • O estilo de acasalamento;
  • A presença de auxílio de outros indivíduos na criação da prole.

Levando em consideração esses fatores, o cuidado parental tende a ser mais intensificado em espécies monogâmicas, que praticam reprodução sexuada e apresentam uma prole em menor quantidade. Entretanto, é importante notar que existem exceções a esse padrão.

Quando se discute o cuidado parental, é relevante observar que esse comportamento pode se manifestar muito antes do nascimento, como é o caso de animais que preparam ninhos, tocas ou abrigos para os futuros indivíduos.