Relembre 5 desastres ambientais e climáticos recentes no Brasil

O Brasil, devido à sua vasta extensão territorial e diversidade climática, é frequentemente afetado por uma variedade de desastres naturais. Atualmente, o estado do Rio Grande do Sul está enfrentando um desastre climático significativo, com enchentes e tempestades severas causando destruição generalizada. Desde o início de 2024, chuvas intensas têm levado ao transbordamento de rios e a deslizamentos de terra, afetando milhares de pessoas e resultando em várias mortes.

Este evento recente ressalta a urgência de uma discussão mais ampla sobre a gestão de riscos climáticos no Brasil. Além desse episódio atual, outros desastres nos últimos anos também destacam a vulnerabilidade do país a eventos climáticos extremos. Vamos explorar cinco desses desastres climáticos em detalhes.

1. Enchentes e Deslizamentos em Petrópolis (2022)

Em fevereiro de 2022, a cidade de Petrópolis, localizada na região serrana do Rio de Janeiro, sofreu com um dos mais devastadores desastres naturais de sua história. Chuvas torrenciais provocaram enchentes e deslizamentos de terra, resultando em mais de 230 mortes e deixando milhares de pessoas desabrigadas.

Foto: Reprodução / TV Brasil

As fortes chuvas que atingiram a cidade em poucas horas causaram o transbordamento de rios e córregos, arrastando casas, carros e pessoas. A geografia montanhosa da região contribuiu para a severidade dos deslizamentos de terra, que devastaram bairros inteiros. A falta de planejamento urbano e a ocupação irregular de encostas agravaram os efeitos do desastre. A tragédia em Petrópolis destacou a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para a prevenção e mitigação de desastres naturais.

2. Queimadas na Amazônia (2019-2020)

As queimadas na Amazônia, especialmente durante os anos de 2019 e 2020, chamaram a atenção mundial pela sua extensão e impacto ambiental. A temporada de queimadas na Amazônia é exacerbada por práticas ilegais de desmatamento e pela expansão da agropecuária. Em 2019, imagens de satélite mostraram um aumento alarmante no número de focos de incêndio, com mais de 89 mil focos registrados até o final do ano.

Foto: Victor Moriyama/Greenpeace/Agência Senado

As queimadas não apenas destruíram vastas áreas de floresta, mas também liberaram grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Além dos danos ambientais, as queimadas impactaram diretamente as comunidades indígenas e locais, prejudicando a saúde e a subsistência das populações que dependem da floresta.

3. Crise Hídrica em São Paulo (2014-2015)

Entre 2014 e 2015, o estado de São Paulo enfrentou a pior crise hídrica de sua história. A escassez de chuvas nos anos anteriores levou os reservatórios a níveis criticamente baixos, afetando o abastecimento de água para milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo. O Sistema Cantareira, principal fonte de água para a cidade, chegou a operar com menos de 5% de sua capacidade.

Foto: Divulgação / Sabesp

A crise hídrica evidenciou a vulnerabilidade do sistema de abastecimento de água e a necessidade de uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos hídricos. Medidas emergenciais, como a redução da pressão da água e campanhas de conscientização para economizar água, foram implementadas, mas a situação também trouxe à tona questões estruturais, como o desmatamento das áreas de mananciais e a falta de investimento em infraestrutura.

4. Enchentes no Nordeste (2020)

Em 2020, diversas regiões do Nordeste do Brasil enfrentaram enchentes severas devido a chuvas intensas. Estados como Alagoas, Pernambuco e Bahia foram fortemente impactados. Em Alagoas, por exemplo, mais de 30 mil pessoas foram afetadas pelas enchentes, que danificaram estradas, pontes e residências.

Foto: Jean Souza / FMCJS

As enchentes causaram um grande deslocamento populacional e perdas materiais significativas. A falta de infraestrutura adequada e a urbanização desordenada contribuíram para o agravamento da situação. As enchentes no Nordeste ressaltaram a necessidade de investimentos em sistemas de drenagem urbana e de políticas de ocupação do solo que considerem a gestão de risco de desastres.

5. Ciclone Bomba no Sul (2020)

Em junho de 2020, um fenômeno climático extremo conhecido como ciclone bomba atingiu a região Sul do Brasil, especialmente os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com ventos que ultrapassaram 120 km/h, o ciclone causou destruição generalizada, incluindo queda de árvores, destelhamento de casas e interrupção do fornecimento de energia elétrica. O evento resultou em mais de 10 mortes e deixou milhares de desabrigados.

Foto: Prefeitura de Chapecó

O ciclone bomba foi um exemplo de evento climático extremo que, embora raro na região, pode ocorrer devido às mudanças climáticas globais. A capacidade de resposta e a preparação para tais eventos são essenciais para minimizar os danos. O ciclone também sublinhou a importância de sistemas de alerta precoce e de medidas de adaptação às mudanças climáticas.

Conclusão

Os desastres climáticos recentes no Brasil têm evidenciado a necessidade de uma abordagem integrada e multifacetada para a gestão de riscos e desastres. A combinação de mudanças climáticas, urbanização desordenada, e falta de planejamento e investimento em infraestrutura tornam o país particularmente vulnerável a esses eventos. Medidas preventivas, como a implementação de políticas ambientais mais rigorosas, investimentos em infraestrutura resiliente e programas de educação pública, são cruciais para mitigar os impactos desses desastres no futuro.

A conscientização sobre os desastres climáticos e suas causas subjacentes é fundamental para mobilizar a sociedade e os governos em prol de ações eficazes. O Brasil deve priorizar a sustentabilidade ambiental e a resiliência às mudanças climáticas para proteger suas populações e seu patrimônio natural.