Seis tipos de plásticos descartáveis são proibidos no Canadá

O Canadá vai proibir a fabricação, importação, venda e exportação de seis tipos diferentes de plásticos descartáveis. O objetivo é reduzir o consumo do produto de uso único, um dos maiores problemas ambientais da atualidade.

Até o final de 2022, as empresas do país não poderão mais produzir comercializar de modo geral itens como sacolas plásticas para compras, embalagens de comida para viagem, canudos, talheres e anéis de latas de bebida. A previsão é que a venda desses materiais seja totalmente proibida até o final de 2023.

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O intervalo de um ano foi definido para que as empresas possuam tempo suficiente para a transição dos estoques. De acordo com o The Guardian, o ministro da Saúde Jean-Yves Duclos afirmou que a população canadense foi muito clara, está cansada de ver lixo plástico em parques, ruas e outros lugares. Nos próximos dez anos, o governo do Canadá estima que deverão ser eliminados cerca de 1,3 milhão de toneladas de resíduos plásticos.

Exceções da regra

Contudo, as novas regras possuem algumas exceções, como os canudos plásticos de uso único que poderão ser vendidos se vierem embalados ao lado de um recipiente de bebida e se a embalagem tiver sido feia fora do estabelecimento comercial. Varejistas e comerciantes poderão vender pacotes de 20 ou mais canudos de uso único, desde que não sejam mantidos à vista do cliente.

Não estão inclusas no regulamento também as embalagens plásticas para bens de consumo. Contudo, o Canadá prometeu que todas essas embalagens contenham pelo menos 50% de material reciclado até 2030.

Lixo plástico e seus impactos

A ONU aponta que a humanidade produz mais de 2 bilhões de toneladas de lixo por ano, mais de 78 milhões de toneladas com origem no Brasil. Desse total, 14% são compostos de resíduos plásticos, tornando o Brasil o quarto maior produtor de lixo plástico, atrás de Estados Unidos, China e Índia.

Ainda de acordo com a ONU, são gerados, a cada ano, cerca de 300 milhões de toneladas de lixo plástico em todo o planeta. Desse total, aproximadamente 8 milhões de toneladas vão parar nos oceanos, ameaçando a vida marinha e destruindo os ecossistemas naturais.

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O longo tempo de decomposição dos resíduos plásticos é um dos principais problemas. A maioria desse material demora mais de um século para se decompor e, dependendo do produto, isso pode chegar a até 400 anos.

Outro fator é o baixo índice de reciclagem do plástico. No Brasil, das 11,3 milhões de toneladas de lixo plástico produzidas por ano, somente 1,28% é efetivamente reciclado, ou seja, cerca de 145 mil toneladas. Esses dados são do estudo “Solucionar a Poluição Plástica: transparência e responsabilização”, produzido pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

Dentre os principais problemas do plástico mal descartado, podemos citar os seguintes:

  • Poluição do ecossistema marinho
  • Entupimento de valas e bueiros
  • Contaminação de solos
  • Poluição visual

Pesquisas demonstram que o plástico, no ambiente marinho, sofre ações do meio (sol, altas temperaturas, diferentes níveis de oxigênio, energia das ondas e presença de fatores abrasivos, como areia, cascalho ou rocha), fragmenta-se e passa a ter aparência de alimento para muitos dos animais marinhos, causando a morte deles e interferindo no ciclo reprodutivo de muitas espécies. É o problema do microplático.

Outro ponto importante é que a poluição por plástico gera um prejuízo de mais de 8 bilhões de dólares à economia global. É que os setores de pesca, comércio marítimo e turismo são fortemente afetados com o acúmulo de lixo plástico nas águas.

Reciclagem do plástico

O processo de reciclagem pode seguir três caminhos diferentes*. São eles:

  • processo mecânico: é o método mais utilizado e acessível, e ocorre quando o plástico é separado, triturado e fundido, transformando-se em peças, mangueiras, embalagens não alimentícias, entre outras;
  • processo químico: quando o plástico separado é direcionado para usinas que realizam o processo de despolimerização, podendo gerar outros materiais completamente diferentes;
  • processo energético: trata-se da queima de resíduos para produzir calor e vapor, que pode ser convertido em energia elétrica.

*fonte: https://blog.brkambiental.com.br/lixo-plastico/