Startup espanhola desenvolve técnica para separar microplásticos da água

A startup espanhola Captoplastic, de Madrid, está desenvolvendo uma nova técnica capaz de separar microplásticos da água. O método pode ser aplicado em águas para consumo humano, estações de tratamento de água e esgoto e na indústria de reciclagem.

A técnica funciona por meio de aglomeração seletiva, onde são adicionados aglutinantes especiais capazes de capturar apenas as partículas de plástico. No início do projeto, o método foi testado em volumes de até 30 litros por hora, elevando esse índice para a casa de 1 mil litros por hora.

Patenteada pela startup, a nova solução foi premiada pelo eAwards Spain 2021 da Fundação Everis e ganhou o prêmio internacional Global NTT Data Foundation. A empresa foi fundada pelos professores José Antonio Casas, Macarena Muñoz e Zahara Martinez, do departamento de Engenharia Química da Universidad Autónoma de Madrid.

Estações de tratamento e uso em máquinas de lavar

O grupo responsável pelo projeto estima que a nova técnica possa ser implantada em estações de tratamento de água e esgoto a partir de 2023. Além disso, prevê a possibilidade, em futuro próximo de médio prazo, da sua aplicação em máquinas de lavar.

A função seria controlar a passagem na saída da água de lavagem, visto que uma grande fonte de microplásticos são as fibras das roupas.

A equipe da startup também busca uma nova patente de um projeto para quantificação de microplásticos. Atualmente, não há uma técnica padronizada e os números de partículas presentes nas águas não é preciso.

Mais sobre microplásticos

Os microplásticos são minúsculos detritos de plástico, inferiores a 5 milímetros, geralmente oriundos de fragmentações de blocos maiores. Os polímeros relacionados à formação de microplásticos são polietileno tereftalato (PET), polipropileno (PP), poliestireno (PS), poliuretano (PU), policloreto de vinila (PVC) e náilon (PA).

Normalmente, vão parar no meio ambiente a partir da lavagem de roupas, por meio de dispersão no ar, contidos em alguns produtos de higiene e cosmética, tintas látex e acrílicas.

Um dos principais problemas é que essas minúsculas partículas alteram a composição das águas, prejudicando o ecossistema. Quando lançados no meio ambiente, os microplásticos atuam como captadores de poluentes orgânicos altamente nocivos. Esses poluentes são compostos químicos orgânicos, de moléculas à base de carbono.

Além disso, a ingestão de microplásticos contaminados por animais acaba causando riscos para a vida animal e humana. Podem reduzir a população da fauna, interferir no desenvolvimento de espécies, causar deformidades e provocar alterações na metamorfose. Ainda, acabam prejudicando toda a cadeia alimentar.

Plânctons e pequenos animais se alimentam do plástico contaminado e, ao serem comidos por peixes maiores, propagam a intoxicação. No fim da cadeia, quando o ser humano se alimenta desses peixes maiores, está ingerindo também o plástico e os poluentes que se acumularam ao longo da cadeia.

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