Muito provavelmente, você já deve ter ouvido falar em Segunda Sem Carne, não é mesmo? Esse movimento, hoje em mais de 40 países, é apoiado por diversos líderes internacionais, desde artistas a governantes, bem como instituições.
Mas, você sabe o que significa o movimento Segunda Sem Carne? Quando ele surgiu e como se popularizou pelo mundo? E quais são os objetivos dessa corrente? Entenda tudo aqui, neste post.
História da Segunda Sem Carne
A história do movimento Segunda Sem Carne inicia durante a Primeira Guerra Mundial, em virtude da dificuldade de fornecimento de alimento para tropas americanas. O plano da US Food Administration, responsável por fornecer os mantimentos, era incentivar as famílias dos Estados Unidos a reduzir o consumo de determinados alimentos.
O objetivo com isso era fazer com que houvesse mais remessas para serem enviadas aos militares que estavam em guerra. Surgiu, desse modo, dois principais movimentos: o Segunda Sem Carne (Meatless Monday) e o Quarta Sem Trigo (Wheatless Wednesday). Essas mobilizações se repetiram na Segunda Guerra Mundial.
Passadas algumas décadas, o movimento da Segunda Sem Carne foi revivido em 2003, encabeçado pelo publicitário Sid Lerner, na intenção de mobilizar a população norte-americana à prevenção de problemas de saúde causados pelo consumo excessivo de carne. A partir daí, se alastrou para dezenas de países, inclusive o Brasil.
Entrada no Brasil
A campanha Segunda Sem Carne foi lançada no Brasil em 2009, por meio da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), com o mote da substituição de proteína animal por proteína vegetal pelo menos um dia por semana. O movimento ganhou força com o apoio de projetos governamentais.
A partir de 2011, as escolas municipais de São Paulo começaram a implementar o cardápio de merenda escolar sem ingredientes de origem animal, pelo menos uma vez por semana. A medida também passou a ser tomada em restaurantes populares, como o programa Bom Prato, que substitui proteína animal por vegetal toda segunda-feira.
Mas por quê?
O movimento Segunda Sem Carne elenca alguns motivos pelos quais entendem que a diminuição do consumo de proteína animal seja benéfica. Um deles é o benefício à saúde humana.
Segundo dados de instituições especializadas na divulgação de dietas veganas e vegetarianas, nutricionistas e médicos apontam que doenças como hipertensão arterial, obesidade, câncer, diabetes e outras podem ser prevenidas com a implementação de dietas sem carne. Grupos como Associação Dietética Americana e Nutricionistas do Canadá, American Institute for Cancer Research, American Heart Association, Food and Drug Administration, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos recomendam dietas como diminuição de proteína animal.
Outro fator apontado por quem apoia o movimento Segunda Sem Carne é o meio ambiente. A pecuária é responsável pela emissão de 14,5% dos gases causadores do efeito estufa. Além disso, a atividade consome muita água – cada quilo de carne produzida exige cerca de 3,7 mil litros de água – e outros insumos como grãos para ração. Sem falar em pesticidas e drogas para a criação dos animais.
Outra questão levantada é o abatimento de animais. Em um ano, são mortos cerca de 70 bilhões de animais terrestres. No Brasil, por segundo, isso mesmo, por segundo, são abatidos 1 boi, 1 porco e 190 frangos. Diminuir o consumo de carne ajudaria a diminuir também a necessidade de abatimento de animais.
E tem outra: cerca de 60% do milho e da cevada e 97% do farelo de soja produzidos no mundo são destinados para a alimentação de animais de abate. Essa carne será consumida por camadas mais ricas da população.
A quantidade de grãos destinada para a criação desses animais poderia ajudar no combate à fome. Estima-se que quase 1 bilhão de pessoas no mundo passam fome.
Alternativa às carnes
Quem se sente pronto para aderir ao movimento Segunda Sem Carne, ao vegetarianismo ou veganismo pode buscar alternativas de cardápios. É importante ressaltar que nenhuma mudança radical na dieta diária deve ser feita, sem acompanhamento de profissionais da área, como médicos ou nutricionistas.
Alguns alimentos de origem vegetal podem substituir as carnes com fonte de proteínas, como por exemplo:
- Lentilha
- Grão de bico
- Feijão
- Arroz integral
- Ervilha
- Tofu
- Quinoa
- Soja
- Nozes
- Cogumelo
- Trigo
- Aveia
- Chia
- Brócolis
- Castanha de caju