Um estudo publicado por pesquisadores brasileiros na revista Waste Management propõe a conversão de resíduos plásticos em nanoestruturas de carbono para supercapacitores eletroquímicos, dispositivos que permitem armazenamento de energia. A informação foi divulgada no último dia 20 de setembro, pela Agência Fapesp.
Como destaca o artigo, o crescimento rápido da fabricação de produtos plásticos ultrapassou a capacidade global de lidar com esse tipo de resíduo, tornando-se um dos maiores problemas ambientais da atualidade. Outra questão levantada pelo estudo é o descarte inadequado de supercapacitores.
Uma possível resposta ao problema é a conversão dos resíduos em materiais de alto valor, como supercapacitores feitos de nanomateriais de carbono. Entre as várias metodologias de reciclagem, a pirólise se destaca pela simplicidade e eficiência no tratamento de resíduos plásticos misturados, resultando na produção de materiais carbonáceos com diversas dimensões (0D, 1D, 2D e 3D).
Segundo os autores, essa tecnologia oferece novas possibilidades para a utilização de resíduos plásticos e de outros tipos na criação de materiais à base de carbono mais acessíveis para supercapacitores.
O artigo foi elaborado com base nos conhecimentos adquiridos ao longo de anos no Centro de Pesquisa e os temas foram abordados a partir da perspectiva dos materiais nanométricos.
Assinam o artigo Luiz Fernando Gorup (Universidade Federal de Alfenas – Unifal), Elisangela Pacheco da Silva (Universidade Estadual de Maringá – UEM), Vanessa Hafemann Fragal (UEM), Elizângela Hafemann Fragal (UEM), Thiago Sequinel (Universidade Federal de Dourados), Rafael Silva (UEM) e Edvani C. Muniz (UEM, Universidade Tecnológica Federal do Paraná e Universidade Federal do Piauí).
O problema do lixo plástico no mundo
O problema do lixo plástico no mundo é uma questão global que tem impactado significativamente o meio ambiente, a saúde humana e a biodiversidade. O plástico, um material amplamente utilizado em nossa sociedade devido à sua durabilidade e versatilidade, tornou-se uma ameaça crescente devido à sua persistência no meio ambiente e à dificuldade de gerenciamento adequado.
O plástico é onipresente em nossa vida cotidiana, desde embalagens de alimentos até produtos eletrônicos. No entanto, a maioria dos plásticos não é biodegradável e pode levar centenas de anos para se decompor completamente. Como resultado, grande parte desse material já produzido ainda existe no meio ambiente. Milhões de toneladas do produto acabam nos oceanos todos os anos, causando uma série de problemas ambientais.
Um dos principais problemas do resíduo plástico nos oceanos é a poluição marinha. Animais como tartarugas, aves e peixes frequentemente ingerem plástico, pensando que é comida. Isso pode levar à morte desses animais por sufocamento, bloqueio do sistema digestivo ou envenenamento devido aos produtos químicos presentes no plástico. Além disso, os plásticos quebrados em microplásticos podem ser ingeridos por animais menores e entrar na cadeia alimentar, potencialmente afetando os seres humanos que consomem frutos do mar.
Além da poluição dos oceanos, o lixo plástico também afeta os ecossistemas terrestres. Montanhas do produto em aterros sanitários contribuem para a degradação do solo e podem liberar produtos químicos tóxicos no ambiente. Além disso, a incineração de plástico libera poluentes atmosféricos prejudiciais à saúde humana.
O problema também tem implicações econômicas. A limpeza de praias poluídas e a manutenção de sistemas de tratamento de água para remover microplásticos representam custos significativos para governos e comunidades. Além disso, a pesca e o turismo, que são importantes fontes de renda em muitas regiões costeiras, podem ser prejudicados pela poluição plástica.
Ações que podem ser tomadas
Para abordar esse problema global, são necessárias medidas abrangentes em níveis local, nacional e internacional. Algumas das ações que podem ser tomadas incluem:
- Redução do uso de plástico: A promoção do uso de alternativas ao plástico, como materiais biodegradáveis e embalagens reutilizáveis, pode ajudar a reduzir a produção de lixo plástico.
- Reciclagem e reutilização: Investimentos em infraestrutura de reciclagem e a promoção de hábitos de reciclagem adequados podem reduzir a quantidade de plástico descartado inadequadamente.
- Educação pública: Conscientizar as pessoas sobre os impactos do lixo plástico e incentivar práticas mais sustentáveis é fundamental para enfrentar o problema.
- Regulamentações governamentais: A implementação de políticas e regulamentações que limitem o uso de plástico de uso único e incentivem a indústria a adotar práticas mais sustentáveis é crucial.
- Inovação tecnológica: Desenvolver novas tecnologias para reciclar plástico de maneira mais eficaz e para remover plásticos dos oceanos pode ser uma parte importante da solução.
Em resumo, o problema do lixo plástico no mundo é uma questão complexa e preocupante que exige esforços coordenados em todo o mundo. A adoção de práticas mais sustentáveis, a educação pública e a regulamentação adequada são passos fundamentais para mitigar os impactos negativos em nosso planeta e garantir um futuro mais limpo e saudável para as gerações futuras.